A expressão, que significa literalmente “acima do topo”, reflete a proposta de oferecer um serviço de qualidade superior, sem limitações geográficas ou restrições de horários, que revolucionou a maneira de produzir, distribuir e consumir conteúdo audiovisual. As plataformas Over The Top permitem aos usuários acesso direto a filmes, séries, documentários, programas de TV e outros tipos de conteúdo sem a necessidade de intermediários.

Além disso, o OTT permite que produtores independentes e empresas de pequeno, médio e grande porte tenham a oportunidade de atingir uma audiência global, democratizando o acesso ao entretenimento e ampliando as possibilidades de negócios no setor.

Isso se deve ao sucesso estrondoso da Netflix, que popularizou o conceito. Em seguida, muitas outras empresas iniciaram a corrida para replicar seus materiais em seu próprio canal digital.

A evolução do mercado ocasionou o surgimento de vários modelos de negócio baseados na distribuição de conteúdo digital. Hoje, qualquer produtor pode lançar a própria plataforma OTT com baixo custo e desenvolver o próprio negócio. Ou seja, trata-se de uma solução que serve tanto para pessoas produtoras de conteúdos, assim como para pequenas, médias e grandes empresas.

Afinal de contas, por que se juntar à tendência Over The Top? Existem diversas razões para isso e elencamos as principais!

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Por que o Over The Top virou tendência?

Flexibilidade para monetizar

Todo produtor de conteúdo sente na pele os desafios para a construção de uma audiência. Estamos falando de um processo que consome tempo e dinheiro para ser feito da maneira correta. E se eu disser que as plataformas OTT podem servir como um ambiente para a monetização de conteúdos exclusivos?

Trata-se de uma ótima maneira de se criar ou expandir um negócio, crescer sua receita e viver de conteúdo. Existem outras maneiras de monetizar seus vídeos, mas nenhuma é tão flexível quanto o Over The Top. Onde mais é possível adotar o modelo de clubes de assinatura e definir as regras de monetização?

Over The Top na captação de leads

Além das boas alternativas oferecidas pelo Over The Top, outra vantagem é utilidade para a captação de leads. Você pode usar os conteúdos digitais para gerar oportunidades de potenciais clientes para seu produto ou serviço.

A maneira mais comum é utilizar o tráfego das mídias próprias para isso, entre elas redes sociais e base de e-mails.  Uma opção é migrá-los para uma plataforma própria e solicitar informações cadastrais. Para qual finalidade? Nutrir e entrar em contato com os espectadores baseado nos interesses e comportamento de consumo.

Plataforma que permite maior controle e inteligência

Outro benefício proporcionado pela plataforma Over The Top é o domínio e controle das informações da sua audiência. Ao possuir todos os dados de comportamento do público, é possível conhecê-los melhor – e por que não adaptar seu conteúdo e estratégias às necessidades deles?

Também vale ressaltar a importância de sua plataforma própria impedir você de ficar vulnerável às mudanças de algoritmos. Você está construindo sua comunidade em um condomínio fechado e é quem dita as regras. Ter o alcance e monetização afetados por tais alterações não é algo pelo que você passará.

Conveniência é a base do Over The Top

Lembra de quando precisávamos nos adaptar à lógica linear da TV tradicional? O Over The Top fez isto ficar no passado ao trazer um paradigma moldado à conveniência dos espectadores.

As plataformas OTT permitem ao usuário consumir os conteúdos da maneira mais conveniente possível. Hoje, é possível desfrutar somente o material desejado a qualquer momento e ainda escolher o dispositivo utilizado. Pense nas possibilidades de materiais multiplataforma como web, apps nativos, iOs, Android, Smart TVs e outros aparelhos e como esta vasta gama de opções é positiva.

Fortalecimento de Marca

O que vem à mente quando você vê um produtor de conteúdo com uma plataforma OTT personalizada? Credibilidade. Ao adotar o conceito Over The Top, você mostrará à audiência que leva o trabalho a sério e se importa. É um excelente caminho para fortalecer sua marca.

Não esqueça de garantir uma excelente experiência ao usuário. Entender a importância do User Experience é imprescindível para atrair e reter clientes. Este fortalecimento só acontecerá caso você tenha isto em mente.

Over The Top significa curadoria de conteúdo

Atualmente há um enorme volume de conteúdo publicado a todo instante nas redes sociais. Neste contexto, é imprescindível se diferenciar com material relevante para atrair o público.

Lembre-se: prover uma plataforma OTT com conteúdo que gera valor ao público é um exercício contínuo de curadoria. Isto facilita a vida da audiência e traz a já citada conveniência.

Como já mencionado, o Over The Top não se aplica somente a canais mainstream como a Netflix. Para tornar este assunto mais tangível, fizemos uma curadoria de plataformas OTT que crescem bastante em seus nichos e possuem uma excelente proposta de valor.

6 Exemplos de Over The Top

Master Talks

O MasterTalks é uma plataforma OTT criada para difundir lições extraídas do legado de profissionais notórios em suas áreas. A metodologia adotada mescla storytelling, entretenimento e educação.

Quando falamos de conteúdo baseado em referências, falamos de personalidades como a apresentadora Xuxa, o quadrinista Maurício de Sousa e o jogador de basquete Oscar Schmidt.

O projeto é encabeçado por Joni Galvão, um dos maiores especialistas em storytelling no Brasil, e Rodrigo Portaro, seu sócio na The Plot. O apresentador Marcos Mion também é responsável pela plataforma. 

Café Brasil Premium

O Café Brasil Premium é uma plataforma de distribuição de Iscas Intelectuais na área de gestão pessoal e profissional. Trata-se de um projeto comandado pelo apresentador Luciano Pires, criador dos podcasts Café Brasil, LíderCast e Cafezinho. A adoção do conceito Over The Top o fez ir do conteúdo gratuito ao faturamento recorrente.

MaturiAcademy

A MaturiAcademy é uma plataforma de conteúdos pioneira e focada no desenvolvimento pessoal e profissional de seu usuário. Com materiais exclusivos sobre empreendedorismo e atualização para o mercado de trabalho, a OTT oferece interação ao vivo e fóruns de discussão para os membros.

InsideApp

A InsideApp utiliza o conceito Over The Top para compartilhar informações e experiências valiosas no mundo das finanças. Nela, você encontra tudo sobre a bolsa de valores, ações e fundos de investimento.

DentalGuru

A Dental Guru é uma plataforma OTT voltada para o treinamento online e desenvolvimento de habilidades clínicas na área reabilitação oral. São mais de 75 horas de conteúdo de auxílio à formação de dentistas.

AudioWorkShop

Para concluir a lista, a AudioWorkShop é a mais nova plataforma digital voltada ao mercado de áudio profissional. Com conteúdo semanal voltado à produção musical, gravação, mixagem, som ao vivo, masterização, broadcasting e até cinema, a plataforma reúne a experiência de renomados profissionais da área no Brasil. 

São muitas opções distintas para difundir seu conteúdo multimídia, né? O Over The Top proporciona mobilidade, flexibilidade e conveniência ao público. Trata-se de uma ótima opção para evoluir no mercado de forma proativa. O que antes se limitava às empresas de mídia tradicionais se tornou acessível para qualquer produtor possuir o próprio canal e monetizá-lo.

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Saiba, a seguir, como a produção de conteúdo se tornou uma fonte de receita para Luciano Pires. No final, o comunicador também dá três dicas essenciais para você ganhar dinheiro com seu conteúdo. Quer assistir ao depoimento do próprio Luciano? Assista ao vídeo abaixo.

Café Brasil: como tudo começou

Um pouco antes de encerrar sua trajetória de 26 anos como executivo de marketing de uma multinacional, Luciano Pires começou uma nova jornada como palestrante. Em 2005, como uma maneira de ampliar o público de suas palestras, ele criou um programa de rádio chamado Café Brasil. O programa abordava temas diversos do dia a dia, como comportamento, economia, cultura, liderança, empreendedorismo, entre outros.

Mesmo com uma boa audiência, um aspecto do rádio começou a incomodar Luciano. “Eu estava preocupado porque era um tremendo esforço para fazer um programa de rádio. E eu colocava o programa no ar, ele ficava lindo, maravilhoso, e acabou. Morria. Quem ouviu, ouviu. Quem não ouviu, não ouve mais”, conta.

Foi em 2006 que o comunicador descobriu o formato podcast. Esse foi o início de sua carreira com produção de conteúdo digital. O Café Brasil começou a ser lançado como podcast e projetou o nome de Luciano para todo o país. “O que nasceu para ser um projeto que tinha como intenção levar meus conteúdos para muitas pessoas e, assim, meu nome ficar conhecido e eu poder ser contratado para palestras, acabou ganhando uma dimensão gigantesca. Começou a crescer, a ter milhões de downloads e acabou que, com o tempo, virou um negócio.”

Os podcasts até hoje são publicados no Portal Café Brasil, onde Luciano também disponibiliza vídeos e artigos. Seus conteúdos conquistaram uma legião de admiradores, que acompanham cada publicação e enviam comentários. O retorno positivo do público levou Luciano a pensar em uma forma de fazer com que todo esse esforço de produção começasse a gerar receita.

A Confraria que levou ao Café Brasil Premium

Se os conteúdos do Café Brasil trazem tanto valor para o público, será que parte dele não estaria disposta a pagar por isso? A partir desse questionamento, Luciano começou a pensar em um plano de monetização. A ideia inicial tomou como base o iTunes. Se muitas pessoas pagam US$ 0,95 por uma música, talvez elas topassem pagar o mesmo por um podcast de 30 minutos.

A proposta foi convidar os usuários a pagarem R$ 10 por mês para receber quatro podcasts por mês (R$ 2,50 por podcast). Naquele momento, não havia a contrapartida de oferecer materiais exclusivos para quem pagasse. Todos teriam acesso a esse conteúdo. A estratégia para o convite foi reforçar a importância de contribuir com um projeto que é importante e traz valor para a pessoa.

Deu certo. Em 8 meses, 1,2 mil pessoas estavam contribuindo com o projeto. Esse grupo formou a Confraria Café Brasil. Luciano criou um grupo no Telegram fechado para a Confraria, que acabou ganhando vida própria. Há uma intensa troca de conteúdos e opiniões, que chegam a virar ideias de pautas para o Café Brasil. Os próprios participantes criaram um podcast interno.

“Eu criei esse grupo para que, se alguém tivesse dúvidas, viesse falar comigo. Hoje, quando eu faço a propaganda do projeto, a primeira coisa que eu coloco, o benefício número 1, é fazer parte do grupo do Telegram. Porque virou uma rede social. Tem gente lá o dia inteirinho, o volume de mensagens é absurdo”, diz Luciano. “É uma coisa muito maior do que eu imaginei que seria quando comecei com aquela história de pagar para acessar conteúdo.”

O alto engajamento da Confraria e de outros usuários do Portal Café Brasil surpreendeu o comunicador, que decidiu ir além.

O início do Café Brasil Premium

A Confraria Café Brasil foi um sucesso, mesmo sem nenhuma contrapartida além do grupo do Telegram. Por isso, Luciano decidiu pensar em uma maneira de oferecer mais para os consumidores mais assíduos de seus conteúdos.

A primeira ideia foi um curso, mas acabou sendo descartada. Luciano não queria criar um modelo de conteúdo que só fosse acessível para quem tivesse mais condições financeiras de pagar. Afinal, a premissa do Café Brasil é ampliar o acesso das pessoas a um conteúdo de qualidade.

“Então eu desmontei o projeto inteiro e comecei a sentir a jogada dessa tal assinatura recorrente, que era um negócio que várias empresas estavam fazendo. A tecnologia tinha evoluído muito, aquilo começou a ficar interessante e eu comecei a procurar o que estava acontecendo no mercado”, diz.

Foi assim que surgiu o Café Brasil Premium, uma plataforma com conteúdos exclusivos para assinantes e que utiliza a infraestrutura do software Netshow.me. A escolha do software para desenvolver a plataforma Café Brasil Premium teve dois critérios primordiais: a possibilidade de personalização e a facilidade de uso. O segundo critério era muito importante porque, até hoje, Luciano produz todos os conteúdos sozinho. E ele não queria depender de terceiros para conseguir gerenciar a plataforma. Manter sua independência era fundamental.

A segurança da assinatura recorrente

Com base nos valores cobrados pela Netflix, Luciano estabeleceu inicialmente um valor de R$ 28 por mês para a assinatura. Atualmente, este valor é de R$ 37. E os integrantes da Confraria que migraram para o Café Brasil Premium pagam R$ 18. Isso significa um ticket médio de R$ 28 por assinante.

E o que é oferecido para os assinantes do Café Brasil Premium? Conteúdos exclusivos em áudio, vídeo e texto, sumários de livros, as temporadas completas do LíderCast (um dos podcasts do Café Brasil), apresentações em PowerPoint para utilizar em treinamentos e reuniões de equipe, participação em eventos presenciais, conversas mensais pelo Hangouts e, é claro, a oportunidade de participar do grupo fechado do Telegram.

Com o lançamento, em 2017, cerca de 1 mil integrantes da Confraria se tornaram assinantes da plataforma. Outros 500 usuários se juntaram a eles – a grande maioria conheceu o Café Brasil Premium por meio da divulgação nos podcasts. Com aproximadamente 1,5 mil assinantes, Luciano consegue garantir um faturamento anual de quase meio milhão de reais, e espera atingir o primeiro milhão em 2020.

“É um baita de um sucesso, porque, comparado com aquilo que eu investi, o retorno é fabuloso. Eu diria o seguinte: hoje, o que eu recebo por mês já pagou o investimento inteirinho em um mês daquilo que eu investi lá atrás. Isso só aconteceu porque eu tinha uma plataforma extremamente acessível, amigável, que a gente acabou desenvolvendo em conjunto”, afirma.

O Café Brasil Premium se tornou o segundo negócio de Luciano, junto com as palestras. Segundo o comunicador, o modelo de assinatura recorrente é uma garantia de um faturamento fixo todo mês, ao contrário das palestras. “Eu consigo olhar para o meu ano e saber que eu tenho uma segurança.”

Dicas para você criar a sua plataforma de conteúdos por assinatura

E se você quiser criar sua própria plataforma de conteúdos por assinatura? Luciano deu algumas dicas para quem quer transformar sua produção de conteúdo em um negócio.

Não se preocupe com grandes números

Não estabeleça uma meta com base nos números de grandes influenciadores digitais. Você não precisa de centenas de milhares de assinaturas para conseguir gerar um bom faturamento. Luciano lembra que conseguiu construir um negócio com 1,5 mil assinantes. E dá para começar com muito menos.

Comece o quanto antes

Não espere ter tudo perfeito para começar. Busque uma certa qualidade e vá em frente, faça testes, aprenda com seus erros e acertos. “Todo esse pessoal que você vê no ar fazendo vídeos primorosos, se você ver o primeiro vídeo dos caras, é um horror. O primeiro áudio era um horror. O primeiro PDF era péssimo. Mas aquilo tudo foi para o ar e a experiência foi feita”, comenta Luciano.

Tenha um mínimo de domínio do assunto

Para você oferecer um conteúdo de valor para os assinantes, você precisa ter um domínio básico de algum assunto. Não precisa ser o maior especialista da área. Mas se você tem um conhecimento acima da média, já tem algo interessante para oferecer ao público. E, com o tempo, poderá se aprofundar ainda mais no assunto e aprimorar seus materiais.

Não tenha medo da quantidade de conteúdos

Uma grande preocupação de quem vai lançar sua plataforma, é a capacidade de produzir conteúdos com uma certa frequência. Mas não se prenda por esse receio. Quando você tem domínio do assunto, é só questão de pensar em tudo que você tem para falar sobre isso e criar um método próprio para se organizar. O feedback dos assinantes também ajuda e muito na hora de pensar nos próximos conteúdos.

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