Com o avanço da internet no Brasil, o streaming de vídeos já ultrapassou a audiência de TV a cabo. Esta nova tendência de distribuição de conteúdo revolucionou diversos nichos e isso também se aplica ao mercado esportivo.
Seja em redes sociais e plataformas digitais, os clubes já entendem a importância deste meio. Para aproveitar esta fonte de receita, é importante produzir conteúdo de qualidade – e por que não usar a plataforma de vídeos para inovar?
Neste artigo, você pode conferir alguns insights úteis sobre a produção de conteúdo esportivo e por que o streaming de vídeos é tendência neste nicho. Além disso, explicaremos como está a situação dos direitos de transmissão das partidas. Vamos juntos?
Produção de conteúdo esportivo é só transmissão de partidas?
Entre os clubes brasileiros, existe a concepção equivocada de associar transmissão de jogos a conteúdo e, portanto, negociá-los como a mesma coisa. Apesar de ser o tipo mais visado pelo público, existem outros que podem ser explorados.
Se olharmos só para as partidas, vale apontar que a cobertura pré e pós-jogo e os melhores momentos são tipos bastante visados. Além disso, pode-se ampliar o leque para bastidores do clube, debates, vídeos de treinamentos e até reportagens especiais.
Muitos tipos, não é mesmo? O importante é considerar que nem sempre é necessário exibir as partidas no conteúdo. Por exemplo, temos o sucesso de The Last Dance, da Netflix. O documentário sobre o histórico jogador de basquete Michael Jordan foca nas histórias de bastidores e foi visto por mais de 23,8 milhões de pessoas, se tornando um dos maiores sucessos do streaming de vídeos esportivos.
Também vale ressaltar exemplos no próprio Brasil, como a série Vai para cima, Fred. Nela, O Magnus Futsal convidou o influenciador digital Fred do canal Desimpedidos para defender o time e conta como foi a experiência do criador de conteúdo em 8 episódios. Deu tão certo que o primeiro episódio conta com mais de 5,4 milhões de visualizações.
Desta forma, o importante é saber como utilizar a temática esportiva para a produção de conteúdos esportivos que engajem o público. Apesar de termos utilizado exemplos utilizando vídeos, outros formatos com áudio e texto podem ser utilizados. O importante é torná-lo atrativo ao torcedor.
Streaming de vídeos esportivos é tendência no mercado
Muitos clubes produzem conteúdo utilizando as principais redes sociais e o YouTube. Trata-se das únicas plataformas possíveis? Não. O conceito Over The Top é a grande tendência de monetização e distribuição de conteúdo e pode ser utilizado em muitos nichos – inclusive o de esportes.
Este modelo utiliza a tecnologia de streaming para transmitir diretamente para o usuário. Além disso, é possível ter fóruns de discussão e incorporar mais de um formato – sejam eles vídeos, podcasts e ebooks.
Apesar da Netflix ser o exemplo mais lembrado quando se fala sobre plataformas OTT, já existem projetos interessantes no universo esportivo. Vale ressaltar o LiveFC, da LiveMode, responsável pela transmissão online da Copa do Nordeste. Também conhecida como Lampions League, a competição atingiu a receita de R$ 343 milhões em 2020.
Esta solução pode ser adotada também por clubes de forma individual. Por exemplo, o Athletico Paranaense lançou o Furacão Play em março deste ano e conta não só com jogos ao vivo, mas também outros formatos como vídeos de bastidores e podcasts. Além disso, a plataforma de vídeos esportivos está disponível para o sócio torcedor da equipe da Arena da Baixada.
Como esporte não é só futebol, vale ressaltar o exemplo da DAZN, que oferece transmissões de diversas modalidades mediante a planos de assinatura. E se o objetivo é escolher qual esporte acompanhar, opções como a FloSports oferecem conteúdo on demand.
Assim, é seguro dizer que as plataformas de conteúdo esportivo estão revolucionando o acesso aos esportes. Além de permitirem o surgimento de diferentes narrativas e novas abordagens, elas permitem que as instituições esportivas atraiam novas fontes de receita.
O que muda na transmissão de jogos ao vivo?
E se o objetivo for também explorar exibição de jogos ao vivo? Com a Medida Provisória 984/2020 editada pelo presidente Jair Bolsonaro, os direitos de transmissão de partidas esportivas passaram por mudanças significativas – e isso gerou debates importantes.
Se antes era necessário possuir os direitos de transmissão de ambos os clubes envolvidos, agora é necessário ter somente os do mandante. Ou seja, a decisão abre novos horizontes para agremiações e plataformas de vídeos negociarem com maior liberdade.
Esta mudança no modelo de exibição de partidas repercutiu na reta final do Campeonato Carioca. Após o Flamengo exibir o jogo contra o Boavista no YouTube, o Fluminense fez o mesmo na final da Taça Rio contra o próprio rubro-negro. Resultado? Teve 3,7 milhões de visualizações simultâneas e se tornou a maior live do mundo.
Claro, trata-se de uma medida provisória e ela ainda depende da aprovação do Congresso Nacional. Vale ressaltar que, se depender dos clubes, ela deve se tornar lei – a maioria das equipes da Série A e Série B já manifestaram apoio à MP.
Vale ressaltar que, apesar de estarmos utilizando o futebol para explicar esta mudança, ela tem impacto em todas as modalidades. Ou seja: ela abre horizontes e viabiliza ainda mais projetos de distribuição de conteúdo esportivo.
Este artigo foi baseado no painel Cenário Esportivo: Quais as Novas Janelas de Oportunidades Para Atletas e Clubes, do FLOW Experience 2020 e disponível gratuitamente no Netshow.me Flow. Quer assistir ao vídeo completo? Clique aqui.