A próxima vez que você ouvir o termo BJ em uma conversa, se ligue. O assunto pode não ser sobre o que você está pensando, mas sim sobre os Broadcasting Jockeys, uma das maiores febres na Coreia do Sul e que está gerando entretenimento e dinheiro na rapidez com que se prepara um macarrão instantâneo.
O que são os Broadcasting Jockeys
Os BJs, ou Broadcasting Jockeys, são jovens, a maioria entre 15 e 25 anos, fazendo live streaming (performances transmitidas ao vivo pela internet) e movimentando principalmente a mídia digital local. O fenômeno se tornou possível graças ao nível de criatividade típico dos coreanos e do canal aberto de internet, a Afreeca, a maior rede de streaming daquele país, com cerca de 3 milhões de usuários por dia.
As performances dos BJs aparecem em tempo real na página da Afreeca, mas a maioria deles também usa o YouTube para postar os vídeos e manter seus fãs atualizados. No canal que disponibiliza as transmissões, a pornografia deu lugar ao fetichismo — ou juntou-se a ela — e o público tem acesso a tranmissões dos tipos mais variados, a maioria relacionada a jogos e comida.
Broadcast Jockeys e o Live Streaming sem limites
A qualquer momento, do dia ou da noite, é possível encontrá-los on-line, pintando quadros de gosto duvidoso, jogando partidas de StarCarft2 ou comendo algodão-doce e fazendo charme para a câmera. Ou seja, aparentemente não há limites para o que pode chamar a atenção do público. Aqueles que conseguem atrair os espectadores do canal exclusivo para internet têm se tornado celebridades virtuais, ganhando dinheiro e fama sem sair do quarto — ou da cozinha.
Um dos maiores nichos dentro do mundo dos BJs, por enquanto, é o chamado Meokbang, uma mistura de palavras coreanas que significa algo como comer-transmitindo. Nesse estilo de transmissão os Broadcast Jockeys sentam-se em frente à câmera para comer enquanto conversam no chat com seus admiradores. Sim, pode acreditar. É o caso da DJ Diva, uma coreana com cara de boneca que fatura cerca de US$9.000 por mês comendo todo tipo de comida simpaticamente enquanto tenta não atrapalhar os seus longos cabelos lisos. Parece bizarro (e é).
Como os BJs monetizam seus conteúdos
O canal onde os vídeos são transmitidos permite que os fãs enviem um “baloon star”, um ícone que representa dinheiro em tempo real para o BJ que apresenta a performance de sua preferência e também para o próprio canal. Com a remuneração via baloons, essa mania rapidamente vem se tornando uma profissão almejada entre milhares de jovens coreanos.
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Que a velocidade da internet naquele país, cerca de dez vezes mais rápida do que a média nacional brasileira, ajuda a proliferar o novo fenômeno do vídeo on-line não há dúvida. Em qualquer ônibus da Coreia, por exemplo, é possível assistir os vídeos sem interrupção ou falha. Já entender se as pessoas estão assistindo por carência, solidão ou tédio, é uma avaliação que fica por conta da experiência de cada um. Mas parece que ainda temos um longo tempo até realmente entender o que se passa nesse Big Brother de diferente escala.
Em todo caso, da próxima vez que estiver sem companhia para comer, vale assistir alguns dos BJs e suas performances. É bom para abrir o apetite, traz boas risadas e, quem sabe, pode te inspirar a divulgar suas próprias habilidades na internet! Afinal, não deve ser tão difícil competir com uma garota comendo yakisoba — mesmo que ela tenha mais de um milhão e meio de views.
Você já conhecia os Broadcast Jockeys? Já pensou em criar o sua própria transmissão ao vivo? Conte pra gente o que você acha!
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