Como fazer uma transmissão acessível: o case do Link 2018

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A Hand Talk transmitiu ao vivo o evento Link 2018 com recursos de acessibilidade para surdos. Saiba como tudo aconteceu!

*Guest post elaborado pela equipe da Hand Talk.

Produzir um evento online definitivamente não é tarefa simples. Independentemente do tamanho da empreitada, sempre vai ser necessário gerenciar uma porção de fornecedores, buscar um conteúdo de qualidade, elaborar uma comunicação certeira etc. Por conta disso, é natural que a gente busque simplificar as coisas e, durante o processo, acabe esquecendo de alguns detalhes. O problema é quando um desses “detalhes” pode ser a diferença entre expandir a sua audiência e se comunicar com um público reduzido.

Estou falando da acessibilidade da transmissão, um tema que muita gente não conhece e deixa de lado na hora de planejar um evento. Em um primeiro momento, você pode pensar que acessibilidade é algo complicado e secundário. Mas, se ela for inserida no planejamento desde o começo, a história fica muito simples e os resultados são incríveis.

Foi justamente isso que a gente fez no Link: Summit de Acessibilidade Digital 2018, o evento próprio da Hand Talk que tinha o objetivo de ser “online, gratuito e acessível para todos”. O Link foi a nossa primeira aventura no mundo dos eventos, e se tornou o maior evento de acessibilidade digital do Brasil. E a gente só conseguiu esse feito por ter apostado em um evento acessível do começo ao fim.

Deixa eu te contar como a gente fez isso!

Link - Hand Talk - palestra

Por que se preocupar com acessibilidade?

Se você vai fazer um evento online, é porque espera que as pessoas assistam, certo? A lógica geralmente é: quanto mais pessoas têm contato com o conteúdo, maior o retorno. Mas você já parou para pensar que pode estar excluindo uma parcela enorme de possíveis espectadores simplesmente por não olhar para a acessibilidade?

De acordo com o Censo de 2010, mais de 45 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência, ou seja, quase 24% da população do país! E não existe uma única ação mágica que garanta que todas essas pessoas consigam acompanhar o seu conteúdo. É preciso pensar nas particularidades de cada público, buscando incorporar recursos de acessibilidade que atendam a cada tipo de deficiência.

Só por estar fazendo um evento online você já quebra uma grande barreira, já que as pessoas com deficiência motora podem assistir de onde quiserem, sem precisarem enfrentar os obstáculos físicos do deslocamento. Mas se você quiser a audiência das pessoas surdas, por exemplo, só isso não vai ser suficiente. É preciso que o conteúdo esteja acessível em Libras (a Língua Brasileira de Sinais), já que cerca de 80% dos surdos não compreendem as línguas orais, como o português. Elas dependem da língua de sinais para se comunicar, e por isso é crucial que o seu conteúdo conte com tradução simultânea para Libras.

Essa foi o primeiro recurso que a gente considerou na hora de planejar o Link 2018. E o segredo para atrair um público amplo foi antecipar quais outros seriam necessários.

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O que fizemos para dar tudo certo

De forma resumida, a gente seguiu três passos:

1. Planejamos o que seria preciso

A primeira coisa que a gente fez foi definir os recursos de acessibilidade que iríamos disponibilizar na transmissão. Intérpretes de Libras eram indispensáveis para os surdos, e também pensamos em legendas ao vivo para as pessoas com deficiência auditiva que sabem português.

Demos dicas para que os palestrantes fizessem apresentações acessíveis para as pessoas cegas ou com deficiência visual, pedindo para que descrevessem as imagens que usassem nos slides. O ideal, nesse caso, seria disponibilizar o recurso da audiodescrição – uma pessoa que descreve as informações visuais – também na transmissão, mas acabamos trabalhando com ele apenas com os convidados presenciais (não cometa esse erro!).

2. Reunimos bons fornecedores

Depois de definir com quais recursos contaríamos, o desafio foi operacionalizá-los na transmissão. Como o evento contava com uma plateia presencial, além da virtual, tínhamos que acomodar os intérpretes de Libras, audiodescrição e legendas de forma a atender aos dois públicos.

Foi aí que o Netshow.me entrou na história, nos ajudando a desatar esse nó. A empresa disponibilizou a equipe para uma visita técnica que realizamos com todos os fornecedores, e organizou conosco todo o processo do começo ao fim. Colocando a transmissão nas mãos do Netshow.me, pudemos focar no conteúdo das palestras e na orientação dos fornecedores de acessibilidade, garantindo uma boa integração entre todos!

3. Fizemos uma comunicação acessível

Não adianta de nada disponibilizar os recursos se o público não souber que o seu evento estará acessível. Por isso, tivemos o cuidado de nos comunicar diretamente com as pessoas com deficiência ao longo da divulgação do evento.

O primeiro passo foi criar um site acessível, com um código bem estruturado para os leitores de tela das pessoas com deficiência visual e tradução em Libras para os surdos. O nosso vídeo promocional do evento também foi concebido com a acessibilidade em mente desde o roteiro. E, como de costume, incluímos a #PraCegoVer nos posts das redes sociais, descrevendo as imagens para as pessoas cegas.

Os resultados

O retorno do nosso investimento em acessibilidade foi palpável. Mais de 6.000 pessoas se inscreveram para acompanhar o evento online e mais de 4.000 espectadores se conectaram ao nosso conteúdo. Recebemos diversos comentários de pessoas com deficiência durante a transmissão, com vários elogios sobre os recursos, e superamos o índice esperado de satisfação!

Diante disso, não sobrou dúvida: acessibilidade vai ser a maior prioridade no Link 2019. E se você dá valor a ampliar seu público e atrair pessoas engajadas para as suas transmissões, eu recomendo que faça o mesmo!

Link - Hand Talk - público

De segunda a sexta das 9h às 18h.

Manaus-AM | Rua 24 de Maio, 220, Sala 801, Centro, Manaus-AM, CEP 69010-080

São Paulo – SP | Rua Arizona 491, 23 andar, Brooklin, CEP 04567-001

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