A imagem ganha uma supervalorização por causa do marketing. A venda de imagem própria e preocupação com o que o outro vai ver de você, a vontade de provar que sua vida é muito interessante… Tudo isso pode dar a mão à famosa carência.

O que deveria servir para romper as barreiras geográficas, vez por outra, cria alguns muros virtuais gigantes. Nossos traços emocionais estão por todas as partes das nossas redes sociais. O ideal cool afeta suas emoções, não negue! Você quer tirar fotos bonitas da sua viagem para que seus amigos vejam e acaba esquecendo-se de curti-la o suficiente. Você tira selfies para mostrar seu cabelo novo, porque precisa que alguém veja e aprove, deixando um like e quem sabe até um comentário que melhore sua autoestima.

Sua autoestima aumenta, a solidão diminui. No final das contas, se os likes e comentários ficarem em falta você vai se sentir sozinho. Na era do imediatismo, passados dez minutos depois de postar sua foto e ela continua ali parada? Ninguém viu e comentou? Ninguém curtiu? A angústia já bate forte.

Pensando nisso, o Facebook Demetricator foi criado. É um aplicativo que tira o número de likes nas suas publicações do Facebook, ou seja, ao invés de aparecer “tantas pessoas curtiram isso”, vira “pessoas curtiram isso”. O mesmo funciona nos compartilhamentos e comentários e chega até no adicionar amigos, onde o “+1” que vem antes some. Aí, não precisa se desesperar porque os números não vão mais te assombrar.

A rede social dá a impressão de relevância, logo passou a valer mais o falar do que o fazer. “Óh, meu deus, que drama” – nem tanto. Mais vale que a Dilma os convença de que o problema está à beira da solução com um belíssimo discurso, do que resolver o problema e não comunica-los.

No meio de toda essa confusão, é difícil criar laços menos superficiais. A dica é sempre buscar entender mais sobre as coisas que você gostaria que te representassem na internet, entender o conteúdo e busca-lo além do compartilhamento ou do like.

As relações tornam-se superficiais, à medida que você dá um like para ganhar o seu. Compartilha o que te representa, mas nem sempre foi você refletiu sobre aquilo. O que está nas suas redes sociais não é necessariamente o que você é, mas definitivamente o que deseja que os outros acreditem que você é, faz e apoia.

Tudo o que você diz internet a fora, gera sua persona. A internet mudou a forma de consumir entretenimento, de se relacionar, de comprar e vender e de trabalhar.

Mas, muitas vezes o resultado de toda essa pressão em cima do que você mostra ser aos seus seguidores, é uma realidade projetada. A mesma é usada com o marketing, por exemplo. Ninguém conta na propaganda que a cama não meche do outro lado só no primeiro mês e depois as molas quebram todas e fica um rangido desgraçado quando sua mulher se mexer, mas… Ninguém mentiu, só deu um editada. E a vida segue com editadas.

A comunicação direta e ao vivo, liga as pessoas da melhor forma possível. A comunicação superficial morre quando vocês podem discutir assuntos, teorias e criar conteúdos juntos.

Se desligar do mundo virtual, dentro do mundo virtual parece confuso, mas é exatamente o que pode rolar em uma transmissão do Netshow.me. O ideal cool, as selfies, os likes e os números dão lugar à vida real, à conversa direta, as discussões rendem melhor e os muros que são construídos pela ideia de registrar uma vida interessante, se perdem. As relações reais e próximas também podem existir no mundo da internet!

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